Eu: Fogo alto não cozinha alimento, apenas faz queimar... Mas, acaso com água morna se cozinha algum chá?
Ela: Agrada-me a dualidade... O fogo tem que ser abrasivo o suficiente para que o alimento me apeteça o paladar, porque se tudo o que queima torna-se amargo, o cru também não será de nenhum agrado.
Eu: Não há de ser um problema! Se o alimento queimar e o sabor estragar, me restaria o chá para resolver o dilema, afinal, suprimento queimado também alimenta.
Ela: Que arda, que queime, que passe um pouco do ponto! Tostadas aqui e alí não fazem mal. Não há como sair ileso ao ser submetido ao fogo ardente e visceral!
Uma pitada de incógnitas... Um punhado de reflexão... Certas considerações...
Feitas à quatro mãos e na temperatura da exatidão.
É labareda, é fogo e inflama
Mulher, teu nome é chama!
[Mayara Harine]
A vida é um incêndio: nela
dançamos, salamandras mágicas
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas!
Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...
dançamos, salamandras mágicas
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas!
Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...
[Mario Quintana]