terça-feira, 29 de maio de 2012

Mulher, teu nome é chama



Eu: Fogo alto não cozinha alimento, apenas faz queimar... Mas, acaso com água morna se cozinha algum chá?

Ela: Agrada-me a dualidade... O fogo tem que ser abrasivo o suficiente para que o alimento me apeteça o paladar, porque se tudo o que queima torna-se amargo, o cru também não será de nenhum agrado.

Eu: Não há de ser um problema! Se o alimento queimar e o sabor estragar, me restaria o chá para resolver o dilema, afinal, suprimento queimado também alimenta.

Ela: Que arda, que queime, que passe um pouco do ponto! Tostadas aqui e alí não fazem mal. Não há como sair ileso ao ser submetido ao fogo ardente e visceral!

Uma pitada de incógnitas... Um punhado de reflexão... Certas considerações...
Feitas à quatro mãos e na temperatura da exatidão.

É labareda, é fogo e inflama
Mulher, teu nome é chama!

[Mayara Harine]


A vida é um incêndio: nela
dançamos, salamandras mágicas
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas!
Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...

[Mario Quintana]

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Da multiplicidade se constitui o inteiro

Por trás de cada ser humano existe uma humanidade
Somos plurais constituídos de metades!
Somos muitos, somos todos, juntos e misturados...
Coletivos! 




E porque não conjugar no plural essa multiplicidade de sentidos?
Remete-nos o dever de a(crescer), a(bastar), a(mar)ar o que há de melhor de nós no outro...
Proceder amor na parte que nos cabe ceder e não reter.
A(mar), mar, ar... 
Permutar amor, "Re-a-mar".
Eis a única forma de ser inteiro! 

Mayara Harine

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"Cada um, cada qual
Resgatar o júbilo
Existir, ser plural
Repartir o acúmulo..."

[O Teatro Mágico]



sexta-feira, 4 de maio de 2012

Gotas de Haikai - Poema III - Da saudade...


Bem-te-vi na janela
veio me ver
Oh, Bom velhinho!






Deixaste-me sozinha
Novos ares o espera
 Voa Voa Vô, Voa!


Saudade é um sentimento urgente. Se temos, logo anseiamos por saciá-la!
Mas, como matar vontade do que não se materializa?!
Ontem o sentia nos meus braços, Senhorsinho! Hoje, o "um dia nos veremos" é o que me cabe!
Amar é abdicar da presença palpável para ceder espaço a razões maiores!
Não tire os olhos de mim...  
"Sê forte" é a única voz que ouço agora...  Sopra-me isto diariamente, viu?!
Estás livre agora... Voa voa passarinho!


[Mayara Harine]