terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Do que penso, sinto e sou...




Entendam! A docilidade que me transcede e me apresenta pode também fazer uma imagem errônea sobre mim. 
Saibam... Eu sou careta, sou clichê e muito!!!
Não é de minha regalia rodear para falar o que tenho vontade, quando uma frase é capaz de traduzir o que sinto.
Transpor-me por onomatopeias não é de minha valia!
Aqui, é coração quentinho... E as palavras tem o dom de confortar um aqui, afagar outro alí, e por vezes, quando necessário, ofender tantos por aí.
NÃO ME SUBESTIMEM! Minha natureza é clara: Boa, porém, não boba!

Mayara Harine



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Um percurso de subidas...

Vez em quando desejo ser o universo... 
E ser pólen que se espande por entre as flores... 
E ter pássaros a ninar nas minhas mãos... 
Bem-te-vis a cantar harmônicos sons...
Levantar o corpo e abrolhar árvore... Aterrar o chão... 
Abrir braços e alcançar direções longínquas... 
...Braços largos e sísmicos com frutos pendentes... quase alvos, quase pérolas... 
Flores por acontecer.
E, vez por outra, fecho os olhos aos desvaneios dos meus sonhos...
...Envolvo-me de realidade. 
Volta e meia, há uma torrente de paz...
E busco no mundo a profunda loucura de ser sutil, simples... O prodígio dos dias claros... Do lado oposto do mundo, o coração desritmado... descompassado. 
E, às vezes, só às vezes, desejo ser tudo de novo... Para voltar a viver...  e então adormecer!
 É que tenho visão de águia... Olhar de árvore!


"Eles não sabem que o sonho 
é uma constante na vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e ouro se agitam (...)"

Antônio Gideão, in pedra filosofal 


Sabe senhores,
Ela é como árvore...
...Seu jeito a prende na terra, fixa, enraíza...
E isso é o que lhe permite ser alvedrio... Determina seu vôo... Lhe traz o céu.
Pé no chão e cabeça nas nuvens... e lá se vai a doce-menina...
Se aprofundar na superfície e crescer sem medidas! 

Mayara Harine

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Insaciedades...

Essa sede dependente dos teus lábios,
Essa fome lasciva que tem teu nome,
criam no meu organismo asas
que  voltam sempre ao mesmo cais: teu corpo.
É chama, é agua, é brasa que estravaza, é lava incandescida 
desejo que se faz revelar,
pernas e mãos que se aliciam a te procurar.
Viajai, mergulhai, aprofunda em mim a tua libido, o teu querer
...atravessa-me....
és em mim o inconfessável,
esse desejo que não cessa,
esse amor que não tem pressa de esgotar.
Torna-me manancial a desaguar em ti.
Sou esta fonte, este rio que vai ao encontro do teu mar,
e as minhas águas, quando tranquilas,
só tu consegues agitar. 

Mayara Harine


O prazer se
faz em êxtase:
quando o
meu corpo,
feito água,
descobre
todos os
caminhos
do seu.
E deixa-se
ficar
onde você
mergulha em
mim.


[Stela Fonseca]



segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Homenagem à Drummond...


Já que não pude ter a honra de conhecer O Poeta de Sentimento do Mundo, tampouco pude passar uma tarde ao seu lado na Praia de Copacabana, deixo aqui como homenagem uma de suas reflexivas frases e, posteriormente, indagações sobre o amor, declamado por Paulo Autran:

"A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perde-se também a felicidade".

(Carlos Drummond de Andrade)


 FATO CONSUMADO: VIVER SIGNIFICA ARRISCAR-SE, LANÇAR-SE 
EM PROL DE!

 Quanto tempo desperdiçamos impedindo-nos de sentir, de transmitir sentimentos ao outro, de nos permitirmos???
Quanto tempo gastamos construindo uma bolha esterelizada, um casulo para habitarmos dentro  e nos esquecemos de exergar os demais??



 "Quem pode, pergunto,
o ser amoroso,
sozinho,
em rotação universal,
senão rodar também,
e amar?"

"Não importa o que se ama. Importa a matéria desse amor. As sucessivas camadas de vida que se atiram para dentro desse amor. As palavras são só um princípio - nem sequer o princípio. Porque no amor os princípios, os meios, os fins são apenas fragmentos de uma história que continua para lá dela, antes e depois do sangue breve de uma vida. Tudo serve a essa obsessão de verdade a que chamamos amor. O sujo, a luz, o áspero, o macio, a falha, a persistência."

Inês Pedrosa

PERMITIR-SE AMAR, A SI E AO OUTRO É O SENTIDO, O ÚNICO! 








 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

As palavras são orgasmos de minh'alma.

Gozo palavras...

"As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas."






Escrevo porque as palavras escorrem pelos meus poros... gemem, gritam, murmuram para não serem sucumbidas, abafadas...
Escrevo porque se me calo, elas certamente inquietas, transcederão meus olhos, e se transformarão em figuras asbtratas... E como pode isso? 










Explico: A poesia me transcende a alma... 
E é bem capaz que ela se recomponha em uma forma jamais vista, onde o amor será conotativo e denotativo ao mesmo tempo...
E num mesmo contexo, indissolúvel e inseparável...
Onde poderemos vê-lo, sentí-lo e tocá-lo... 
Gozá-lo!







As palavras são para mim, orgasmos múltiplos expelidos de minh'alma.



Mayara Harine 




 


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Dona moça, me faz um favor?


Não supervalorize os maldosos que te atravessarem o caminho.
Não dê importância demais a quem perde horas do seu dia tentando borrar seu sorriso.
Pise forte na maldade. Sem tropeçar, sem fraquejar.
Junte todas as pessoas que te querem bem, te mandam boas vibrações e te enchem de paz, e esmague as más vibrações com o peso delas.
Não aceite críticas de quem não conhece suas lutas diárias.
Não tolere julgamentos de quem não consegue ficar em paz diante do seu brilho.
E brilhe cada vez mais forte, até cegar a energia ruim dessa gente que tenta ser feliz por vingança, enquanto você planta paz e esperança e colhe alegrias por merecimento.
Envie luz pra quem te calunia e deseja mal.
Deseje fé em si mesmo, pra quem não consegue acreditar na felicidade que tanto diz estar vivendo.
Espalhe suas levezas e doçuras, desate os nós que o passado deixou e flutue.
Se algumas pessoas te desejarem o mal, deseje a elas amor.
E felicidade o suficiente pra que vivam as suas vidas e esqueçam de uma vez por todas da sua.
Esquece essa gente pequena, dona moça.
Não é todo mundo que guarda no peito, um baú feito o seu, cheio de inspiração, flores, cores e delicadezas.
Tem gente que transforma o que passou, em mágoa.
Feliz é você, dona moça, que pega o que restou do passado e transforma em poesia.

(Karla Tabalipa)



Vou seguir o conselho!  Dia adocicado a todos! 

Mayara Harine

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Dos que nasceram para somar...

"Para conhecermos os amigos
é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça.
No sucesso, verificamos a quantidade
e, na desgraça, a qualidade."
Confúcio
 

É por meio das amizades que encontramos a força necessária para cada ascensão/ renascimento e os antídotos usados em todas as nossas transformações.
É através do profundo olhar dos amigos que nos olhamos melhor... Seja naquilo que se assemelha - tudo o que vem para reforçar, seja naquilo que diferencia - tudo que vem para nos completar...
...Intrínsecamente são olhares que apoiam, aconselham, vivificam,  se encontram, se espelham e se aconchegam.... se necessitam!
…Olhares onde um recíproco sentir faz moradia...
Amigo é corrente compulsória para frente... Ímã que nos puxa para cima... 
e nos relembra que a vida não tem marcha a ré. 
Um amigo é sempre um ímpeto para a beleza no adiante… 
Pés que nos conduzem no seguir ... 
Olhar que docifica um sobrevir… 
Braços sempre abertos para acudir…
Um abraçar pleno e constante… 
Mãos sempre dispostas a aplaudir!
O olhar de um amigo é sempre ponte onde enxergamos novos horizontes...
É tenra fonte de proteção e acolhimento.

"Amigos têm sexto sentido... terceiro olho.... um segundo coração!"


A todos os meus amigos queridos... Os que convivo diariamente... Os que já foram mais presente, mas que mesmo distante têm pedaços de si contidos em mim... risos e choros compartilhados. Enfim, os que temos reciprocidade de afinidade e empatia de almas...
Esse post é especialmente para enaltecer o quanto me são raros, caros e preciosos!
AMO-OS ABSURDAMENTE!!!

Dia de doçura para vocês!

Mayara Harine


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

ELA É VÔO, AVE E ALVEDRIO...


Sou  pluma... 
Sou neve...
Sou a própria nuvem

Sou ave...
Sou vôo...
Sou a liberdade!
 
Sou brisa... 
Sou cândida...
Sou sutil...

Sou tenra...  
Sou águia
Sou precisamente o alvedrio!.

Mayara Harine






Semana de doçura a todos!!!





sexta-feira, 14 de outubro de 2011

EU POSSO FICAR SOZINHO, MAS NÃO QUERO...

"Perguntaram a JOHN LENNON:
- Por que você não pode ficar sozinho, sem a Yoko?
E ...ele respondeu:
- Eu posso, mas não quero. Não existe razão no mundo porque eu devesse ficar sem ela. Não existe nada mais importante do que o nosso relacionamento, nada. E nós curtimos estar juntos o tempo todo. Nós dois poderíamos sobreviver separados, mas pra quê? Eu não vou sacrificar o amor, o verdadeiro amor, por nenhuma piranha, nenhum amigo e nenhum negócio, porque no fim você acaba ficando sozinho à noite. Nenhum de nós quer isto, e não adianta encher a cama de transa, isso não funciona. Eu não quero ser um libertino. É como eu digo na música, eu já passei por tudo isso, e nada funciona melhor do que ter alguém que você ame te abraçando."


O sábio Lenon encara o amor como algo fundamental e do qual ele NÃO ABDICA, não porque não possa suportar a solidão, mas porque não QUER optar por ela e escolher não ter seu amor ao lado!
Em meio à tantas relações interesseiras, ou por conveniência... é bacana analisarmos o quanto é bom ter um companheiro, alguém para somar, multiplicar e compartilhar a vida em plenitude. 
Alguém por quem valha a pena morrer e viver em prol...
Alguém que divida o endredom quentinho nos dias de frio e chuva...
Alguém que tenha um abraço que parece um abrigo, um lar...
Alguém por quem valha a pena caminhar ao lado em busca da eternidade.
Pena que nos dias de hoje optar pelo amor é para poucos.

Mayara Harine




quinta-feira, 13 de outubro de 2011

DIA DA PADROEIRA NOSSA SENHORA APARECIDA


Ontem foi dia de  Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Apesar da beleza áurea do Dia das Crianças, não devemos desvencilhar esse dia tão importante que é o dia da mãezinha querida consagrada como padroeira de nosso Brasil.
De maneira misteriosa e milagrosa, a imagem da Santa apareceu aos pescadores no Rio Paraíba do Sul quando estes já estavam desesperançosos com a pesca. 
Após terem encontrado o corpo da imagem., lançaram novamente a rede e para surpresa de todos, encontraram a cabeça. Decidiram então, lançar novamente a rede a qual foi abundantemente abençoada por inúmeros peixes.
Desde então, Nossa Senhora vem sendo exaltada (não é para menos) e recebendo orações.
Creio absolutamente na importância de Maria na história da humanidade e da fé.  
Dissocio qualquer adoração atribuída errôneamente à imagens, bem como venerações tôlas e inapropriadas! 
Amo e respeito sim a mãe do criador, pois é a mãe de todas as mãezinhas, mãe da minha mãe e da vovó, que para mim são santas por me ensinarem o que é o amor!  
Amo aquela que permaneceu ao lado de seu filho único e imaculado e que se dispôs e disse SIM a Deus e a todos nós!!!


A ti mãezinha querida, que se faz presente em muitas, mas que em suma é uma só, MARIA... 
Dedico a minha vida, meu coração...
Ensina-me a ser sábia, audaciosa e perseverante...
A ter o coração manso e humilde e benevolente...
A ser aquela que edifica! 

Mayara Harine

DIA DAS CRIANÇAS (12/10)

O dia de hoje me lembra doçura, pureza, ingenuidade... Sentimentos meramente dispensáveis ou extintos nos tempos atuais. Saudades da época em que minha única preocupação era vestir a roupa da Rebeca (minha boneca de pano), ter tempo para jogar Mário, pular corda e assistir Chaves...
As crianças de hoje se alegram com esse mundo tecnólógico de Ipod's, PS 3, e etc...
Para mim lúdico mesmo era pique-esconde, bandeirinha, pique-e-pega, amarelinha, e outras brincadeiras que possibilitava o encontro, a troca, a amizade.
Aiii que saudade da ingenuidade! Amo almas dóceis, suaves, tenras, transparentes, iluminadas, intensas, verdadeiras, cândidas e celestes...   Almas nobres!                                                                                 
Sinto o gosto de infância cada vez que me delicio com brigadeiro, suspiro, algodão doce, bolo de baunilha, din din de côco, bolinho de chuva e o inesquecível bolinho de nata da vovó. 
Meu coração é cheio de expectativas e sempre infante, porque para mim ser criança é estado de espírito e o meu ainda tem 10 anos!

 

Faço uma ressalva...
Que deixemos aflorar nosso lado infantil, puro, divino e gracioso...
Que sejamos intensos e verdadeiros nos sentimentos, nas palavras e nas atitudes...
Que procuremos enxergar beleza nas palavras, nas coisas e na vida!

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!!

Mayara Harine

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

SER GRANDE ERA A PLENITUDE DELA...


 "E nem entendo aquilo o que entendo:
pois estou infinitamente
maior que eu mesma,
e não me alcanço." 

 Clarice Lispector



Havia nela um desejo súbito de voar, de tocar os céus com as próprias mãos e de expurgar toda acidez de energias negativas....
Havia nela uma vontade superiormente interessante e eloquente de 
 banhar-se dos oduns de paz.
Ela era tão grande... Imensa, intensa, pois o amor era conjugado de todas as formas e para todas as criaturas.
Os sonhos, para ela, tinham dimensões magnânimas, infinitas...
e existia dentro de si um ímpeto desejo de realizá-los, um por um, não importando quanto tempo levasse para isso acontecer... porque era componente essencial e nunca lhe faltara!
... Ela tinha fé no divino, em si mesma e como tinha! 
Sabia ter fé além das evidências e da lógica, e por isso medo era sentimento 
que desconhecia!
Vez por outra se contentava em se arrastar pelo casulo, pois sabia que logo logo, se transformaria numa linda, leve e colorida borboleta!
Ela era realmente gigante, tão vasta que não cabia em si mesma e muitas vezes sentia-se EXTRAVASAR!

Mayara Harine 



sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O amor deles era assim... Doce de lamber os dedos!

Ela não suportou olhar tanto tempo. Virou de costas, debruçou-se na janela, feito filme: Doris Day, casta porém ousada. 
Então ele veio por trás: Cary Grant, grandalhão porém mansinho. Tocou-a devagar no ombro nu moreno dourado sob o vestido decotado, e disse:
- Sabe, eu pensei tanto. Eu acho que.
Ela se voltou de repente. E disse:
- Eu também. Eu acho que.
 Ficaram se olhando. Completamente dourados, olhos úmidos. 
Seria a brisa? Verão pleno solto lá fora. 
Bem perto dela, ele perguntou:
- O quê?
Ela disse:
- Sim.
Puxou-o pela cintura, ainda mais perto.
Ele disse:
- Você parece mel.
Ela disse:
- E você, um girassol.
Estenderam as mãos um para o outro. No gesto exato de quem vai colher um fruto completamente maduro.  

  
- Caio F. Abreu in “Os Dragões não conhecem o Paraíso”

  
 
O amor deles era algo assim tão sublime, tão tenro, tão puramente conscentido que preenchia todos os vazios...
Tão leve que se assemelha as asas dos anjos...
Tão extenso que não pode ser limitado aos números...
 E tão doce, mas tão doce, que dá vontade de lamber os dedos.

 Mayara Harine

























quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A poesia me transcende pelos olhos...


"Olha, sabe duma coisa que eu aprendi? o segredo do belo está aqui, oh. na sua cuca, no seu olho que realmente vê, dentro de você. se você souber olhar as coisas dum jeito mágico, tudo fica mais bonito."

[Caio Fernando Abreu.]



As minhas pupílas são feitas de purpurina.. e o meu olhar de anis...
Há neles intrinsicamente estrelas incandecentes 
e um desejo súbito que me transcede, e me apresenta...
Relevam a poesia proeminente que faz moradia na minha alma 
e que grita para não ser sucumbida...


 POESIA, SEU LUGAR É ONDE MEUS OLHOS CONSEGUEM ALCANÇAR! 

Mayara Harine










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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

INTENSA...


 

Completa de urgências,
Conduzida por relações intensas,
Em algum lugar havia os que queriam tudo para o já...
Ela aqui e agora, quer tudo pra ontem...
Ela tem pressa de sentir...
 Ela é toda sentimento!

Mayara Harine 


 

  "Desnuda-me,
retira-me a flor da pele,
de flor e pele já prescindo.
Instila-me um pouco a pouco de loucura:
“... grandes goles, d’água do esquecimento...”,
o imprevisível curso de um barco à deriva,
a paz,
com a infusão do
inconstatável."

Waldir Pedrosa Amorim in: O Avesso da Pele





terça-feira, 4 de outubro de 2011

Gratidão ao Pai...

A este Deus
que levanta a poeira dos caminhos
os levando a voar
consagro este suspiro
nele cresça
até virar vendaval.

(Leminsk)



Grata a Ti sou, bom Pai, porque todos os dias me aplicas injeções de força...
Pingas infnitas gotas de doçura na minha vida...
Fazes germinar na janela do meu quarto girassóis de alegrias...
E colocas o anjo de luz para caminhar ao meu lado segurando a minha mão.

Obrigada pelos benefícios diários que recebo de Tuas mãos benevolentes!

\O/

Mayara Harine 


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Amor - O Interminável Aprendizado...

Bom dia queridos!

A inquietude do ser humano está intrinsecamente vinculada ao amor... Essa força avassaladora e intrigante que o permeia, o norteia e o faz viver.
Iniciemos a semana refletindo sobre as analogias do amor propostas neste texto de  
Affonso Romano de Sant'Anna.
Criança, ele pensava: amor, coisa que os adultos sabem. Via-os aos pares namorando nos portões enluarados se entrebuscando numa aflição feliz de mãos na folhagem das anáguas. Via-os noivos se comprometendo à luz da sala ante a família, ante as mobílias; via-os casados, um ancorado no corpo do outro, e pensava: amor, coisa-para-depois, um depois-adulto-aprendizado.

Se enganava.

Se enganava porque o aprendizado de amor não tem começo nem é privilégio aos adultos reservado. Sim, o amor é um interminável aprendizado.

Por isto se enganava enquanto olhava com os colegas, de dentro dos arbustos do jardim, os casais que nos portões se amavam. Sim, se pesquisavam numa prospecção de veios e grutas, num desdobramento de noturnos mapas seguindo o astrolábio dos luares, mas nem por isto se encontravam. E quando algum amante desaparecia ou se afastava, não era porque estava saciado. Isto aprenderia depois. É que fora buscar outro amor, a busca recomeçara, pois a fome de amor não sabia nunca, como ali já não se saciara.

De fato, reparando nos vizinhos, podia observar. Mesmo os casados, atrás da aparente tranqüilidade, continuavam inquietos. Alguns eram mais indiscretos. A vizinha casada deu para namorar. Aquele que era um crente fiel, sempre na igreja, um dia jogou tudo para cima e amigou-se com uma jovem. E a mulher que morava em frente da farmácia, tão doméstica e feliz, de repente fugiu com um boêmio, largando marido e filhos.
Então, constatou, de novo se enganara. Os adultos, mesmo os casados, embora pareçam um porto onde as naus já atracaram, os adultos, mesmo os casados, que parecem arbustos cujas raízes já se entrançaram, eles também não sabem, estão no meio da viagem, e só eles sabem quantas tempestades enfrentaram e quantas vezes naufragaram.

Depois de folhear um, dez, centenas de corpos avulsos tentando o amor verbalizar, entrou numa biblioteca. Ali estavam as grandes paixões. Os poetas e novelistas deveriam saber das coisas. Julietas se debruçavam apunhaladas sobre o corpo morto dos Romeus, Tristãos e Isoldas tomavam o filtro do amor e ficavam condenados à traição daqueles que mais amavam e sem poderem realizar o amor.

O amor se procurava. E se encontrando, desesperava, se afastava, desencontrava.

Então, pensou: há o amor, há o desejo e há a paixão.
O desejo é assim: quer imediata e pronta realização. É indistinto. Por alguém que, de repente, se ilumina nas taças de uma festa, por alguém que de repente dobra a perna de uma maneira irresistivelmente feminina.
Já a paixão é outra coisa. O desejo não é nada pessoal. A paixão é um vendaval. Funde um no outro, é egoísta e, em muitos casos, fatal.

O amor soma desejo e paixão, é a arte das artes, é arte final.

Mas reparou: amor às vezes coincide com a paixão, às vezes não.

Amor às vezes coincide com o desejo, às vezes não.

Amor às vezes coincide com o casamento, às vezes não.

E mais complicado ainda: amor às vezes coincide com o amor, às vezes não.

Absurdo.

Como pode o amor não coincidir consigo mesmo?

Adolescente amava de um jeito. Adulto amava melhormente de outro. Quando viesse a velhice, como amaria finalmente? Há um amor dos vinte, um amor dos cinqüenta e outro dos oitenta? Coisa de demente.

Não era só a estória e as estórias do seu amor. Na história universal do amor, amou-se sempre diferentemente, embora parecesse ser sempre o mesmo amor de antigamente.

Estava sempre perplexo. Olhava para os outros, olhava para si mesmo ensimesmado.

Não havia jeito. O amor era o mesmo e sempre diferenciado.

O amor se aprendia sempre, mas do amor não terminava nunca o aprendizado.

Optou por aceitar a sua ignorância.

Em matéria de amor, escolar, era um repetente conformado.

E na escola do amor declarou-se eternamente matriculado.

 

Texto extraído do livro "21 Histórias de amor", Francisco Alves Editora – Rio de Janeiro, 2002, pág.11.


É, MEUS CAROS, EM MATÉRIA DE AMOR SEREMOS ETERNOS ESTUDANTES!