segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Um percurso de subidas...

Vez em quando desejo ser o universo... 
E ser pólen que se espande por entre as flores... 
E ter pássaros a ninar nas minhas mãos... 
Bem-te-vis a cantar harmônicos sons...
Levantar o corpo e abrolhar árvore... Aterrar o chão... 
Abrir braços e alcançar direções longínquas... 
...Braços largos e sísmicos com frutos pendentes... quase alvos, quase pérolas... 
Flores por acontecer.
E, vez por outra, fecho os olhos aos desvaneios dos meus sonhos...
...Envolvo-me de realidade. 
Volta e meia, há uma torrente de paz...
E busco no mundo a profunda loucura de ser sutil, simples... O prodígio dos dias claros... Do lado oposto do mundo, o coração desritmado... descompassado. 
E, às vezes, só às vezes, desejo ser tudo de novo... Para voltar a viver...  e então adormecer!
 É que tenho visão de águia... Olhar de árvore!


"Eles não sabem que o sonho 
é uma constante na vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e ouro se agitam (...)"

Antônio Gideão, in pedra filosofal 


Sabe senhores,
Ela é como árvore...
...Seu jeito a prende na terra, fixa, enraíza...
E isso é o que lhe permite ser alvedrio... Determina seu vôo... Lhe traz o céu.
Pé no chão e cabeça nas nuvens... e lá se vai a doce-menina...
Se aprofundar na superfície e crescer sem medidas! 

Mayara Harine

Nenhum comentário:

Postar um comentário