Vez em quando desejo ser o universo...
E ser pólen que se espande por entre as flores...
E ter
pássaros a ninar nas minhas mãos...
Bem-te-vis a cantar harmônicos sons...
Levantar o corpo e abrolhar árvore... Aterrar o chão...
Abrir braços e alcançar direções longínquas...
...Braços largos e sísmicos com frutos pendentes... quase alvos, quase pérolas...
Flores por acontecer.
E, vez por outra, fecho os olhos aos desvaneios dos meus sonhos...
...Envolvo-me de realidade.
Volta e meia, há uma torrente de paz...
...Envolvo-me de realidade.
Volta e meia, há uma torrente de paz...
E busco no mundo a profunda loucura de ser sutil, simples... O prodígio dos dias claros... Do lado oposto do
mundo, o coração desritmado... descompassado.
E, às vezes, só às vezes, desejo ser tudo
de novo... Para voltar a viver... e então adormecer!
É que tenho visão de águia... Olhar de árvore!
Antônio Gideão, in pedra filosofal
Sabe senhores,
Ela é como árvore...
...Seu jeito a prende na terra, fixa, enraíza...
"Eles não sabem que o sonho
é uma constante na vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e ouro se agitam (...)"
Sabe senhores,
Ela é como árvore...
...Seu jeito a prende na terra, fixa, enraíza...
E isso é o que lhe permite ser alvedrio... Determina seu vôo... Lhe traz o céu.
Pé no chão e cabeça nas nuvens... e lá se vai a doce-menina...
Se aprofundar na superfície e crescer sem medidas!
Mayara Harine
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