segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

La belle...


"Pois essa luz cintilante
Que brilha no teu semblante
Donde lhe vem o ‘splendor?
Não sentes no peito a chama
Que aos meus suspiros se inflama
E toda reluz de amor?"
 
Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'



Moça do olhar penetrante e andejar inquieto, para onde vais?
Quantas faces tem a tua moeda, "si belle"?
Por hora, pareces a adolescente esbanjadora de poses e pernas...
Por hora, apresenta-se  comedida, recatada, inibida... 
Dosando, sobretudo, a maneira como joga os cabelos e encara a vida.
Seria ela a madura mulher de Sant'Anna _ polida, desprovida de desperdícios exploratórios de sua beleza proeminente e essencialmente peculiar? 
Seria ela a concupiscente adolescente-libertina, repleta de desejos transbordantes pelos póros?
La belle!
 Ela passa com andar displicente, com jeito de que não se importa com as paisagens à sua volta... 
Em seu corpo, flores em pétalas desabrocham...
E assim segue...
  Exposta ao pólen, ao mel do qual se embriaga cotidianamente.
Moça do traquejo, da cintura fina...
Não é pudicamente donzela, mas também pudera...
Madura, tem em seu rosto o molde do que vivera até agora...
Menina, carrega em seus chakras a composição da doçura.
E segue... A bela... 
Com esse "ar" leviano de quem muito deseja descobrir e com a leveza de um espírito áureo e simplista... 
Nuances de uma abstração única!

[Mayara Harine]

Nenhum comentário:

Postar um comentário