terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ser e bastar-se a si


“ (…)O primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. (...) Para me adaptar ao que era inadaptável (...) tive que cortar meus aguilhões, cortei em mim a força que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também minha força. (...) Não pude deixar de querer lhe mostrar o que pode acontecer com uma pessoa que fez pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado(…)” 


Há de ser conjugado sempre no imperativo esse verbo tão crucial que é SER!
Há de ser sustentada a incubência desse veredito que tem necessidade de assumir-SE na grandiosidade de sua essência, seja ela qual for!
Há uma imprescindível relevância de SE fazer valer além e independentemente de outrem!
Há de aceitar-SE ante, sobretudo e indiscutivelmente primeiro a SI... E aceitando-SE, há de se concordar que este foi um gesto de coragem, pois  ostentar os próprios erros faz parte de uma prudência que se revela... Porém, negligenciar as inerentes falhas é permanecer na toleima de não assumir-SE, de não acreditar em sua própria verdade.
Faz parte da coragem: Cair e não permanecer nas próprias quedas...  SE permitir sangrar para posteriormente aprender com as cicatrizes... Chorar e saber sentir o amadurecimento que traz cada lágrima gota a gota.
E quem se atreve?
Ter-SE e respeitar-SE é sem dúvida, um ato de ORGULHO!
Representar com transigência o papel de protagonista da própria história é não somente dar credibilidade fundamental a SI, mas, sobretudo, um ato de sensatez e FÉ para consigo!

 P.S.: OLD FRIEND, YOU SURE CAN FLY IF YOU JUST BELIVE!

[Mayara Harine]



“(…)Mas o que eu queria dizer é que a gente é muito preciosa, e que é somente até certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. Depois de uma pessoa perder o respeito de si mesma e o respeito de suas próprias necessidades, depois disso fica-se um pouco um trapo.
Você veria que há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. 

(...) Para me adaptar ao que era inadaptável (...) tive que cortar meus aguilhões, cortei em mim a força que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também minha força. (...) Não pude deixar de querer lhe mostrar o que pode acontecer com uma pessoa que fez pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado.
Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma.
Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso, nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Ouça meu conselho, ouça meu pedido: respeite a você, mais do que aos outros, respeite suas exigências, respeite mesmo o que é ruim em você – respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você – pelo amor de Deus, não queira fazer de você uma pessoa perfeita – não copie uma pessoa ideal, copie você mesma – é esse o único meio de viver(…)”

[Clarice Lispector - Trechos de uma carta escrita pela Autora a uma amiga.]

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